Depois de alguns meses sem posts do projeto "E agora, qual curso escolher?", estamos de volta e prontos para tirar as dúvidas daqueles estudantes que estão em uma fase decisiva de suas vidas: A escolha do curso que pretender fazer graduação e seguir carreira profissional.

- Ei, cheguei agora e não conheço o projeto. Me explica? 
Bom, a cada edição trazemos informações e uma entrevista exclusiva com algum estudante de determinado curso, com a intenção de te ajudar a definir qual carreira você deve seguir. É tipo, uma ajuda a mais nesse momento tão difícil em nossas vidas! 

Nessa edição iremos tirar as dúvidas de quem está pensando em cursar "Engenharia Biomédica" com a Valéria Gonçalves, estudante do 7º período da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Imagem: Guia do Estudante
1 – A escolha do curso da faculdade nem sempre é uma tarefa fácil. Nos conte um pouco de como foi e quando você conseguiu definir que Engenharia Biomédica seria o curso ideal para ti?
Não foi muito simples, cursei o ensino médio em uma escola particular cujo foco era aprovações, então assim que comecei o primeiro ano já havia uma pressão para prestar vestibular e saber qual área eu gostaria de seguir. Comecei pelo mais básico, gostava muito de biologia e matemática, achava a física interessante e brigava um pouco com a química, a partir dai já eliminei os cursos de humanas, mas o que me ajudou realmente foi pesquisar sobre profissões e me imaginar trabalhando nelas, como seria minha rotina, minha vida, se estava disposta a mudar de cidade, a fazer sacrifícios... Desta forma o curso de odontologia que até então era a minha opção começou a não fazer sentido, gostava da teoria mas a prática em si não me agradou. Fiquei nesta indecisão até o meu terceiro ano, quando li em uma revista os cursos mais promissores para os próximos anos e vi o nome “Engenharia Biomédica”, de cara achei interessante mesmo sem nunca ter escutado antes. Pesquisei universidades com este curso, a grade curricular, e como o profissional desta área atua, e adorei saber que poderia trabalhar na área de exatas com uma pitada de biológicas.

 2 – O que mais te motivou na escolha desse curso?
Um dos fatores que mais me empolgaram foi descobrir que a UNIFESP de São José dos Campos possuía este curso e não seria preciso mudar de cidade. E conhecendo o curso descobri que esta universidade trabalhava com um método interdisciplinar, onde todos os alunos entram para o curso de BCT (Bacharelado em Ciência e Tecnologia) com duração de 3 anos e após concluir este curso podem optar por conseguir mais uma graduação em diversos cursos, no meu caso em engenharia biomédica com mais 2 anos de duração.

3 – Até o momento alguma disciplina te chamou muita atenção? Por quê?
Já fiz matérias muito variadas, com intuito de conhecer um pouquinho de tudo, fora a grade curricular básica de cálculos e físicas (que embora parecidas com o que aprendemos no ensino médio apresentam muitas surpresas! Preparem seus corações!) tive um pouquinho de filosofia e sociologia, química, biologia, e pasmem programação! Algo que nunca tinha passado pela minha cabeça encontrar algum dia na minha vida, sendo que meu namorado é programador e eu nunca entendia nada do que ele fazia. Hoje aprendi o básico da programação e percebi que para um engenheiro é de extrema importância saber programar um pouco! Gosto também das matérias específicas do meu curso, em uma delas aprendemos a manipular imagens feitas por aparelhos médicos a fim de torna-las mais objetivas para um profissional que fosse analisa-las, achei fantástico!

4 – Já passou por algum momento na faculdade em que você pensou em jogar tudo pro ar e desistir? Se sim, conta pra gente!
Quase todo o semestre! Brincadeira! A faculdade de engenharia é como todos dizem: difícil! E o maior problema é que saímos do ensino médio com a cabeça programada para estudar para um vestibular e é preciso aprender novamente como estudar para as matérias do curso, o que implica em disciplina, pois se adquire uma falsa ilusão de liberdade, e uma necessidade de independência para os estudos, sair da caixa do direcionamento que o professor nos dava e aprender a ler vários livros sobre aquela matéria, vídeo aulas, grupos de estudos, e tudo mais que for possível além das anotações em classe. Esse processo de adaptação é complexo e cada um possui um tempo diferente. Nunca pensei em desistir do meu curso, mas já desisti de matérias por estar completamente perdida e achar que ficaria louca! Existe sim frustração e aquele sentimento de impotência que nos deixam chateados e com dúvidas quanto ao caminho que escolhemos, por isso é muito importante ter um tempo para esfriar a cabeça, sair com os amigos, dar risada e não levar tudo tão a sério, porque esses 5 anos irão passar voando! Eu estou terminando o 3 ano da faculdade e não acredito que já estou quase na reta final! E vou dizer mais uma vez: O apoio da minha família, namorado e amigos são de extrema importância para mim! São neles que encontro forças quando preciso tomar uma atitude ou quando estou para baixo, fora que aquela sensação de todos conseguirem passar juntos em uma disciplina onde todos estavam muito mal, não tem explicação!

5 – Quais são suas principais metas profissionais após concluir o curso?
Sinceramente eu ainda não decidi. Durante minha formação acabei me envolvendo muito com a área acadêmica e penso em fazer um mestrado, doutorado e ser pesquisadora, mas ao mesmo tempo tenho vontade de trabalhar em um hospital como engenheira clínica. Até o momento tive a oportunidade de fazer uma iniciação cientifica e espero que quando fizer meu estágio obrigatório consiga decidir qual dos dois rumos vou tomar. Uma coisa é certeza, sou muito curiosa e gosto de sempre estar aprendendo, seja lá o que eu fizer pretendo estar sempre me atualizando e me mantendo próxima aos avanços em biomédica que vão muito além de próteses como eu imaginava, é uma área fascinante!

6 – Por último, poderia deixar uma mensagem para os nossos leitores? Vai que alguém que esteja lendo estava em dúvida e definiu que Engenharia Biomédica seria o curso ideal com a sua ajuda!

Bom, se como eu vocês também possuem um pézinho nas exatas e nas biológicas convido fortemente a vocês conhecerem mais sobre o curso, entrando em contato com algum docente do campus ou pesquisando! Há trabalhos muito interessantes que me fazem estar apaixonada pela engenharia Biomédica! E claro, entre no seu curso para somar, faça da sua universidade um lugar melhor! Busquem durante a graduação obter algum diferencial! Conversem com os professores sobre fazer uma iniciação científica, sobre projetos de intercâmbio, congressos, demonstrem interesse e não espere as coisas chegarem até você, se mexa! Não se esqueça de que dá tempo de fazer tudo o que vocês querem: curtir, dormir, estudar, namorar, jogar vídeo game, viajar... Se alguma coisa está sendo deixada de lado é porque está na hora de você repensar em como você está levando sua vida. E quando tudo estiver difícil, converse com os outros, compartilhe seus problemas e permita ser ajudado. A universidade é um local que só funciona bem quando todos fazem a sua parte!

Quero agradecer a Valéria Gonçalves por ter aceito o convite e ajudado a coluna, muito obrigado. E espero que esse post tenha ajudado os leitores que tem Engenharia Biomédica em suas opções. Até o próximo, hein?

Para ler os posts anteriores do projeto, clique aqui. Já teve Medicina Veterinária, Nutrição, Jornalismo, Teatro, Fonoaudiologia, dentre outros.

4 Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Aaah, que legal, estava pensando em fazer outra graduação (Faço Ciências Biológicas) em Biomedicina, mas é mais vantagem pra mim fazer uma pós-graduação ou uma especialização. Vi que aqui na Federal de PE tem o curso de Engenharia Biomédica, achei muito top, mas não me identifiquei rs. Se precisar de alguém de Biologia para participar estou aqui õ/
    Beijos

    www.juhlihipy.com

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    1. Fico feliz por ter gostado da coluna! Está disposta a fazer uma entrevista contando suas experiências ao escolher Ciências Biológicos? Então #partiu! Hahaha <3

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